8 Erros comuns na mixagem e como evitá-los
Muitos músicos que costumam gravar, engenheiros de som e produtores sabem o quanto faz diferença a masterização em sua mixagens. Masterizar é uma arte a ser desenvolvida por um especialista.
Mas até os experts nisso dependem basicamente do material que irão trabalhar, com isto em mente, abaixo segue um olhar sobre os erros mais comuns cometidos na mixagem que prejudicam a masterização; teremos a ajuda do veterano engenheiro de som Pete Doell.
1. Muito Grave
Um grave excessivo geralmente é o problema mais comum nas mixagens de home studios e está diretamente relacionado ao ambiente físico da mixagem. Estes estúdios geralmente carecem de tratamento acústico e estão cheios de superfícies reflexivas.
O resultado é uma resposta de graves desigual sobre o espectro de frequências baixas, onde algumas notas são mais enfatizadas e outras quase inaudíveis. Isto resulta numa referência errada de graves na mixagem.
O engenheiro de masterização Pete Doell dá uma dica importante: “O erro mais comum é a posição errada dos monitores,” diz. “A distância entre os monitores deve ser a mesma de você em relação a eles (formando um triângulo de lados iguais). E se os monitores estiverem muito perto ou longe da parede isto também afetará a resposta de graves”
2. Muito Agudo
Do outro lado do espectro, agudos demais podem causar problemas, embora sejam de mais fácil percepção costumam gerar problemas durante a masterização.
“Muitas mixagens precisam ser polidas e frequentemente terem adição de brilho, e quando existe muita sibilação isso pode atrapalhar bastante. É recomendável usar de-esser nos vocais, talvez um pouco no chimbal, mesmo que a principio não pareça um problema. Os engenheiros de masterização agradecem. Também é importante usar o equalizador com moderação.”
3. Sem Amplitude Dinâmica
Este é provavelmente um dos tópicos mais discutidos entre quem mixa, e na última década a questão da difusão de rádio criou uma batalha por atenção manifestada em poder sonoro, como se quanto mais alta a música for mais forte o poder de chamar a atenção.
Este tendência vem das propagandas da TV e Rádio, que muitas vezes usam alto volume, resultado direto da evolução dos compressores que permitiram criar mixagens deste tipo para que tudo esteja bem alto e na sua cara.
O problema da compressão na mixagem é a forma como ela comprime a amplitude dinâmica das pistas, esta amplitude é definida como a diferença entre os sons mais altos e mais baixos da pista.
O ideal é enviar que as pistas tenham picos em torno de –3 dB para o material mais alto (por exemplo a caixa da bateria), enquanto o restante das pistas deve permear a área entre –6 dB até –8 dB. Isto resultará em picos em torno de 3dB até 5dB de amplitude dinâmica.
Comprimir a amplitude dinâmica ou normalizar relativamente a seu volume geralmente limita o engenheiro de áudio na masterização, pois um bom engenheiro aplica a compressão multibanda meticulosamente, trazendo vida aos graves e os agudos que assim necessitem usando algoritmos diferentes para cada banda de frequência.
Na inexperiência muitos aplicam um plug-in compressor no canal master usando um preset que cria uma versão mais alta porém com um grave embaralhado e um agudo presente mas muito agressivo ocasionando uma situação onde há muito pouco ou praticamente nada a ser feito em termos de masterização.
“Muitas vezes os clientes querem uma mixagem presente e alta mas esqueceram-se de prestar atenção ao controle dinâmico de suas mixes,” diz Doell. “Gosto da analogia com a seguinte situação: digamos que você queria uma super pintura no seu carro, brilhante e cheia de detalhes e peça para o artista fazer tudo isto apenas com um demão de tinta. Limitando em camadas (comprimindo vocal, baixo, caixa, por exemplo) permitirá criar um produto final mais detalhado e brilhante!”
Da mesma forma comprimir demais os canais individualmente também será um problema. Normalmente o técnico conseguirá um bom som de determinada pista da mix mas o vocal por estar originalmente comprimido de mais, estará rachando.
4. Falta de balanço
É importante dar a sua mix alguma dimensão balanceando os elementos dentro da imagem estéreo. Frequentemente coloca-se quase todos instrumentos centrados criando uma mix confusa e sem definição. Enquanto alguns instrumentos devem realmente serem centrados a principio (como bumbo, caixa, vocal e baixo) o balanço dos elementos na imagem estéreo é uma boa maneira de separar guitarras e vocais de apoio além de outras partes da mix.
“É sempre bom balancear alguns elementos da mix um pouco para cada lado. “Se tiver que adicionar guitarras, metais, vocais de apoio, etc… deixe o centro menos sobrecarregado, isto permite uma audição mais clara dos elementos em que você tanto trabalhou, além de necessitarem de menos equalização e efeitos para aparecerem na mix.”
5. Problemas de Fase
Com a maioria das estações de áudio oferecendo número sem limites de pistas a tentação de gravar tudo em estéreo é forte, e elementos como uma linda guitarra acústica gravada em estéreo podem adicionar personalidade a música. Mas tome cuidado de checar as mixes em mono para evitar cancelamento de fase advindo de microfones posicionados de forma errada.
Quando acontece o cancelamento de fase uma música estéreo colocada em mono perde parte de suas frequências, num cancelamento de fase.
Não são apenas instrumentos gravados em estéreo que podem sofrer deste mal. De acordo com Doell, “Geralmente pego uma pista com elementos com imagem muito amplificada que parecem até sair pra fora dos monitores deixando um dos lados fora de fase.“
Aperte mono e veja vocais, guitarras, teclados ou outros instrumentos simplesmente desaparecerem. Mesmo que você ache que dificilmente seu áudio vá tocar em ambiente mono (AM talvez?), é certo que algo está errado no balanço dos instrumentos.
O mesmo princípio é aplicado também para a reverberação, é comum um reverb aplicado em um vocal sumir na versão mono.
6. Mal colocação do Vocal
É difícil manter a objetividade no posicionamento do vocal dentro da mix principalmente se a canção é sua. Além do mais você conhece a letra, mas a audiência não. Mas na maioria dos casos uma pista soará bem com o vocal um pouco a frente ou pouco atrás da base.
Alguns profissionais farão duas ou três mixes alternativas uma com o vocal a frente, uma um pouco mais abaixo e outra no meio destas. É um luxo que a maioria dos engenheiros ficará feliz em ter.
7. Pistas Desalinhadas
Esta não tem segredo, quando você mandar várias pistas da canção (baixo, guitarra, vocais) tenha certeza que todos os arquivos tem o mesmo tamanho da música, mantendo outras regiões em silêncio, isto facilita o alinhamento. Se o vocal começa aos 0:30 da canção esta pista deve conter os 30 segundos iniciais de silêncio para alinhar-se aos outros arquivos da música aberta.
8. Não Conhecer sua Sala
“Sempre gosto de começar uma mix ouvindo algumas gravações que conheço e gosto bastante e que tenham a ver com o estilo que vou mixar, com isso posso ouvir o que já conheço nos mesmos conversores D/A,” diz Doell. “Então estarei mais confortável para comparações sonoras.
“Sou abençoado por trabalhar numa sala ZR Acoustics® (Zero Reflection Acoustics by Delta H Design, Inc.) no estúdio de masterização da Universal. Mas mesmo trabalhando em qualquer outro ambiente é importante conhecer a sala e sua participação antes de tomar certas decisões.”
Como você já deve imaginar existem incontáveis outros detalhes que podem dificultar a vida na masterização, muito mais que poderíamos dizer apenas em uma coluna. Como sempre, use os ouvidos, ouça com cuidado e aprenda as regras antes de quebrá-las, se tudo já tiver falhado antes tenha as observações acima em consideração para melhores resultados.
Fonte: http://www.uaudio.com/blog/studio-basics-mastering-mistakes/
Muitos músicos que costumam gravar, engenheiros de som e produtores sabem o quanto faz diferença a masterização em sua mixagens. Masterizar é uma arte a ser desenvolvida por um especialista.
Mas até os experts nisso dependem basicamente do material que irão trabalhar, com isto em mente, abaixo segue um olhar sobre os erros mais comuns cometidos na mixagem que prejudicam a masterização; teremos a ajuda do veterano engenheiro de som Pete Doell.
1. Muito Grave
Um grave excessivo geralmente é o problema mais comum nas mixagens de home studios e está diretamente relacionado ao ambiente físico da mixagem. Estes estúdios geralmente carecem de tratamento acústico e estão cheios de superfícies reflexivas.
O resultado é uma resposta de graves desigual sobre o espectro de frequências baixas, onde algumas notas são mais enfatizadas e outras quase inaudíveis. Isto resulta numa referência errada de graves na mixagem.
O engenheiro de masterização Pete Doell dá uma dica importante: “O erro mais comum é a posição errada dos monitores,” diz. “A distância entre os monitores deve ser a mesma de você em relação a eles (formando um triângulo de lados iguais). E se os monitores estiverem muito perto ou longe da parede isto também afetará a resposta de graves”
2. Muito Agudo
Do outro lado do espectro, agudos demais podem causar problemas, embora sejam de mais fácil percepção costumam gerar problemas durante a masterização.
“Muitas mixagens precisam ser polidas e frequentemente terem adição de brilho, e quando existe muita sibilação isso pode atrapalhar bastante. É recomendável usar de-esser nos vocais, talvez um pouco no chimbal, mesmo que a principio não pareça um problema. Os engenheiros de masterização agradecem. Também é importante usar o equalizador com moderação.”
3. Sem Amplitude Dinâmica
Este é provavelmente um dos tópicos mais discutidos entre quem mixa, e na última década a questão da difusão de rádio criou uma batalha por atenção manifestada em poder sonoro, como se quanto mais alta a música for mais forte o poder de chamar a atenção.
Este tendência vem das propagandas da TV e Rádio, que muitas vezes usam alto volume, resultado direto da evolução dos compressores que permitiram criar mixagens deste tipo para que tudo esteja bem alto e na sua cara.
O problema da compressão na mixagem é a forma como ela comprime a amplitude dinâmica das pistas, esta amplitude é definida como a diferença entre os sons mais altos e mais baixos da pista.
O ideal é enviar que as pistas tenham picos em torno de –3 dB para o material mais alto (por exemplo a caixa da bateria), enquanto o restante das pistas deve permear a área entre –6 dB até –8 dB. Isto resultará em picos em torno de 3dB até 5dB de amplitude dinâmica.
Comprimir a amplitude dinâmica ou normalizar relativamente a seu volume geralmente limita o engenheiro de áudio na masterização, pois um bom engenheiro aplica a compressão multibanda meticulosamente, trazendo vida aos graves e os agudos que assim necessitem usando algoritmos diferentes para cada banda de frequência.
Na inexperiência muitos aplicam um plug-in compressor no canal master usando um preset que cria uma versão mais alta porém com um grave embaralhado e um agudo presente mas muito agressivo ocasionando uma situação onde há muito pouco ou praticamente nada a ser feito em termos de masterização.
“Muitas vezes os clientes querem uma mixagem presente e alta mas esqueceram-se de prestar atenção ao controle dinâmico de suas mixes,” diz Doell. “Gosto da analogia com a seguinte situação: digamos que você queria uma super pintura no seu carro, brilhante e cheia de detalhes e peça para o artista fazer tudo isto apenas com um demão de tinta. Limitando em camadas (comprimindo vocal, baixo, caixa, por exemplo) permitirá criar um produto final mais detalhado e brilhante!”
Da mesma forma comprimir demais os canais individualmente também será um problema. Normalmente o técnico conseguirá um bom som de determinada pista da mix mas o vocal por estar originalmente comprimido de mais, estará rachando.
4. Falta de balanço
É importante dar a sua mix alguma dimensão balanceando os elementos dentro da imagem estéreo. Frequentemente coloca-se quase todos instrumentos centrados criando uma mix confusa e sem definição. Enquanto alguns instrumentos devem realmente serem centrados a principio (como bumbo, caixa, vocal e baixo) o balanço dos elementos na imagem estéreo é uma boa maneira de separar guitarras e vocais de apoio além de outras partes da mix.
“É sempre bom balancear alguns elementos da mix um pouco para cada lado. “Se tiver que adicionar guitarras, metais, vocais de apoio, etc… deixe o centro menos sobrecarregado, isto permite uma audição mais clara dos elementos em que você tanto trabalhou, além de necessitarem de menos equalização e efeitos para aparecerem na mix.”
5. Problemas de Fase
Com a maioria das estações de áudio oferecendo número sem limites de pistas a tentação de gravar tudo em estéreo é forte, e elementos como uma linda guitarra acústica gravada em estéreo podem adicionar personalidade a música. Mas tome cuidado de checar as mixes em mono para evitar cancelamento de fase advindo de microfones posicionados de forma errada.
Quando acontece o cancelamento de fase uma música estéreo colocada em mono perde parte de suas frequências, num cancelamento de fase.
Não são apenas instrumentos gravados em estéreo que podem sofrer deste mal. De acordo com Doell, “Geralmente pego uma pista com elementos com imagem muito amplificada que parecem até sair pra fora dos monitores deixando um dos lados fora de fase.“
Aperte mono e veja vocais, guitarras, teclados ou outros instrumentos simplesmente desaparecerem. Mesmo que você ache que dificilmente seu áudio vá tocar em ambiente mono (AM talvez?), é certo que algo está errado no balanço dos instrumentos.
O mesmo princípio é aplicado também para a reverberação, é comum um reverb aplicado em um vocal sumir na versão mono.
6. Mal colocação do Vocal
É difícil manter a objetividade no posicionamento do vocal dentro da mix principalmente se a canção é sua. Além do mais você conhece a letra, mas a audiência não. Mas na maioria dos casos uma pista soará bem com o vocal um pouco a frente ou pouco atrás da base.
Alguns profissionais farão duas ou três mixes alternativas uma com o vocal a frente, uma um pouco mais abaixo e outra no meio destas. É um luxo que a maioria dos engenheiros ficará feliz em ter.
7. Pistas Desalinhadas
Esta não tem segredo, quando você mandar várias pistas da canção (baixo, guitarra, vocais) tenha certeza que todos os arquivos tem o mesmo tamanho da música, mantendo outras regiões em silêncio, isto facilita o alinhamento. Se o vocal começa aos 0:30 da canção esta pista deve conter os 30 segundos iniciais de silêncio para alinhar-se aos outros arquivos da música aberta.
8. Não Conhecer sua Sala
“Sempre gosto de começar uma mix ouvindo algumas gravações que conheço e gosto bastante e que tenham a ver com o estilo que vou mixar, com isso posso ouvir o que já conheço nos mesmos conversores D/A,” diz Doell. “Então estarei mais confortável para comparações sonoras.
“Sou abençoado por trabalhar numa sala ZR Acoustics® (Zero Reflection Acoustics by Delta H Design, Inc.) no estúdio de masterização da Universal. Mas mesmo trabalhando em qualquer outro ambiente é importante conhecer a sala e sua participação antes de tomar certas decisões.”
Como você já deve imaginar existem incontáveis outros detalhes que podem dificultar a vida na masterização, muito mais que poderíamos dizer apenas em uma coluna. Como sempre, use os ouvidos, ouça com cuidado e aprenda as regras antes de quebrá-las, se tudo já tiver falhado antes tenha as observações acima em consideração para melhores resultados.
Fonte: http://www.uaudio.com/blog/studio-basics-mastering-mistakes/
0 Comentários