Microfonando e gravando a bateria
Comece pela fonte
Vamos começar por uma premissa básica: para conseguir um bom som de qualquer instrumento acústico a fonte deste som deve ser boa também. Embora pareça óbvio é incrível como muitas bandas microfonam sua bateria como se estivessem numa apresentação ao vivo, esquecendo que não haverá barulho de plateia para mascarar um bumbo ou tom mal microfonado.
Comece ouvindo atentamente a bateria no próprio local onde está, sem ainda microfonar, se não estiver bom pra começar não haverá como consertar isso na mix, afine cada peça para adequar-se a música. Preste atenção aos problemas de peças como pedal de bumbo com barulho ou qualquer outro som indesejável vindo da bateria.
Ouça também a sala onde esta sendo gravada a bateria, caso esteja em um home studio ou em algum lugar diferente de uma sala de gravação profissional, talvez você tenha que trabalhar um pouco este local, devido as paredes paralelas além do teto, chão e outras regiões de choque que tendem a acentuar algumas frequências e diminuir outras. Experimente várias posições dentro da sala de gravação até chegar a um ponto onde haja menos ressonância. Use tapetes, estantes e móveis para tentar evitar ao máximo as reflexões.
Quantos microfones e onde?
Uma vez que o kit está soando bem você pode iniciar colocando alguns mics nele, quantos, depende do que você quer. Muitas músicas de rock clássico foram gravadas com um par estéreo de microfones mas sem duvida ter microfones separados lhe dará controle melhor sobre a mix.
Usualmente colocam-se dois microfones na caixa e dois no bumbo, um em cada tom, um no chimbal, dois overheads e dois a três mics de ambientação, isto gerará 12 a 13 pistas mas vai valer a pena pois a flexibilidade de trazer apenas um pouco da ambiência ou ter dois sons diferentes de bumbo abre uma gama de opções para a mix da bateria.
Onde colocar
Não tenha medo de experimentar posicionamentos de microfone diferentes, movendo só um pouco o microfone pode influenciar dramaticamente o som que é ouvido. Comece com o microfone apontado para o centro da peça visando o ponto da pele a ser atingido pelo baterista. Caso você ache que esteja captando muito do impacto e pouco da tonalidade coloque o microfone um pouco mais atrás do ponto inicial.
Um dos perigos de usar-se muitos microfones é o risco de cancelamento de fase, o mais comum é entre os microfones da caixa da bateria, entre o do chimbal e o da caixa ou dos dois microfones de bumbo. Procure por cancelamentos ouvindo os canais junto e solando os microfones para então mudar a fase de um deles. O cancelamento pode ser percebido quando da junção destes dois sinais que torna o som extremamente fino, sem dúvida está havendo cancelamento. Repita o procedimento nos pares citados acima.
Estéreo
No ajuste das pistas de bateria para gravação é bom começar a pensar nelas no formato estéreo desde o início. Coloque o bumbo e caixa no centro da mix e coloque os outros microfones como você se estivesse no lugar do baterista, com os toms colocados na esquerda, centro e direita e o chimbal levemente a direita.
Manter as pistas limpas e sem processamento significa mais possibilidades de mixagem, uma das coisas mais frustrantes é trabalhar com pistas de bateria que já foram comprimidas, equalizadas ou de outra forma alteradas.
Mesmo que você ache que chegou ao som ideal não fará mal nenhum gravar pistas sem efeito. Dito isto, alguns engenheiros apreciam adicionar um pouco de compressão a suas baterias, mais do que redução de ganho, a compressão certa pode modificar a tonalidade das peças da bateria de uma forma que equalizadores não podem.
Embora cada compressor tenha seu som próprio alguns são especialmente interessantes para bateria como os clássico da UAD1176LN Classic Limiting Amplifier e LA-2A Classic Leveling Amplifier, ambos usados por muitos engenheiros de som. Comece usando um ratio de 3:1 ou 5:1, com ataque rápido (5-12 milissegundos). Novamente a intenção é evitar um som muito comprimido então a redução de ganho será mínima. Experimente os ajustes de threshold e release para ajuste preciso do ponto certo para o bumbo aparecer kicando na mix.
Para gravar bateria evite usar EQ para ter toda a tonalidade a disposição na fase de mixagem. Novamente trata-se de guardar todas as opções para a mix, mas o equalizador também pode ser usado cirurgicamente, é o caso do Cambridge EQ que pode tirar a ressonância de um tom por exemplo.
Dicas e truques
Aqui vão algumas dicas para microfonação de algumas peças, não são regras mas podem ajudar bastante.
Comece com o bumbo
Para tornar mais fácil o processo coloque um cobertor pesado dentro do bumbo, isto amortecerá o impacto do bumbo nas caixas e toms e reduzirá a possibilidade de chacoalhos e efeitos de ressonância.
Você quer um som mais redondo ou com mais ataque? Um microfone posicionando dentro do bumbo, a uns 5 a 10 centímetros do pedal enfatizará o ataque, e movendo-se o mic para trás ou até mesmo para fora dao bumbo trará um som mais cheio com menos ataque.
Gravar o bumbo com dois microfones em pistas separadas pode trazer bons resultados, tipicamente usando um microfone condensador como Shure SM91 o o Sennheiser e912 para pegar o ataque do pedal, e um microfone de diafragma largo como um AKG D12 ou D112, EV RE80 ou Shure Beta 52 no bocal aberto na pele.
Outra dica é usar outro cobertor para criar um tenda ao redor do bumbo, caso colocado mais um bumbo a frente do primeiro o túnel de som pode ficar ainda mais poderoso.
Caixa
A posição do microfone de caixa é ainda mais critica. Puxar o microfone alguns centímetros para trás pode mudar significativamente o som geralmente proporcionado mais ataque e menos ambiência.
Usando um sistema de 2 microfones para caixa um deles é posicionado na parte inferior controlando o som da esteira junto a caixa, o microfone deve ser direcionado a esteira, ajuste com EQ se necessário apenas.
O microfone o SM57 é o microfone mais popular para caixas mas existem outras escolhas como o Sennheiser MD421 e o AKG 414. O SM57 em cima e o Sennheiser MD441 podem ser uma boa opção.
Toms
Um dos problemas mais comuns nos toms é a ressonância. Toms geralmente tem um decay mais longo do que a caixa e isto pode tornar-se um problema. Às vezes fita adesiva pode deixar o tom um pouco mais seco resolvendo este problema.
Boas escolhas de microfone para toms incluem o Sennheiser MD421 e o Neumann U87. Suportes de microfone podem ser outro problema. Pequenos microfones com clip como o Shure SM98 ou AKG C-519 podem tornar fácil a tarefa de colocar microfones em espaços apertados e são uma boa solução para um som poderoso de tom, mesmo sendo mais frágeis que os microfones dinâmicos são pequenos suficientemente para não haver problemas.
Sobre sua cabeça
Os microfones Overhead também possuem seus segredos. Eles proporcionam ambiência para todo o kit, então é importante deixa-los altos o suficiente para a captação da ambiência dos pratos.
Devem ser posicionados 45 graus em direção ao centro do sistema, com variações sonoras se apontados para os pratos ou para o centro destes, para captação mais direta de uma condução nos pratos, aponte para o centro dos pratos, caso apontados para as extremidades dos pratos o som será mais áspero.
A maioria usa para overheads microfones condensadores de diafragma pequeno como AKG 451 ou 452, Shure SM81, Sennheiser e914 e AT 4021. Microfones estéreo como Shure VP88 funcionam bem também.
Os microfones podem ser posicionados também por baixo dos pratos com microfones pequenos de alças articuladas. É bom para separação mas perde-se a ambiência dos overheads.
Chimbais geralmente caracterizam o baterista e possuem sua própria pista, posicione o microfone entre a caixa e o chimbal apontando o microfone para o ponto onde a baqueta bate no chimbal, tenha apenas cuidado para que o microfone não capte o som do chimbal abrindo e fechando.
Ambiência
Se você tiver um espaço maior os microfones de ambiência podem ser posicionados um pouco mais longe da bateria para um som mais natural da sala. Mesmo num ambiente menor colocar os microfones mais altos nos cantos ou até mesmo em outro quarto pode adicionar a naturalidade sonora a ser alcançada. Coloque um par estéreo 45 graus a esquerda e direita e um terceiro microfone para captar o som refletido.
Compressão pesada com algo como o Fairchild 670 Compressor funciona perfeitamente em microfones de ambiente. Pode-se usar um gate e deixar que estes microfones respondam apenas quando um certo nível de volume for atingido. Um segredo aqui é usar um gate para que permaneçam fechados para o bumbo, mas abertos para a caixa, resultando num som de bumbo forte e de caixa aberta e presente.
Fonte: http://www.uaudio.com/blog/miking-and-recording-drums/
Comece pela fonte
Vamos começar por uma premissa básica: para conseguir um bom som de qualquer instrumento acústico a fonte deste som deve ser boa também. Embora pareça óbvio é incrível como muitas bandas microfonam sua bateria como se estivessem numa apresentação ao vivo, esquecendo que não haverá barulho de plateia para mascarar um bumbo ou tom mal microfonado.
Comece ouvindo atentamente a bateria no próprio local onde está, sem ainda microfonar, se não estiver bom pra começar não haverá como consertar isso na mix, afine cada peça para adequar-se a música. Preste atenção aos problemas de peças como pedal de bumbo com barulho ou qualquer outro som indesejável vindo da bateria.
Ouça também a sala onde esta sendo gravada a bateria, caso esteja em um home studio ou em algum lugar diferente de uma sala de gravação profissional, talvez você tenha que trabalhar um pouco este local, devido as paredes paralelas além do teto, chão e outras regiões de choque que tendem a acentuar algumas frequências e diminuir outras. Experimente várias posições dentro da sala de gravação até chegar a um ponto onde haja menos ressonância. Use tapetes, estantes e móveis para tentar evitar ao máximo as reflexões.
Quantos microfones e onde?
Uma vez que o kit está soando bem você pode iniciar colocando alguns mics nele, quantos, depende do que você quer. Muitas músicas de rock clássico foram gravadas com um par estéreo de microfones mas sem duvida ter microfones separados lhe dará controle melhor sobre a mix.
Usualmente colocam-se dois microfones na caixa e dois no bumbo, um em cada tom, um no chimbal, dois overheads e dois a três mics de ambientação, isto gerará 12 a 13 pistas mas vai valer a pena pois a flexibilidade de trazer apenas um pouco da ambiência ou ter dois sons diferentes de bumbo abre uma gama de opções para a mix da bateria.
Onde colocar
Não tenha medo de experimentar posicionamentos de microfone diferentes, movendo só um pouco o microfone pode influenciar dramaticamente o som que é ouvido. Comece com o microfone apontado para o centro da peça visando o ponto da pele a ser atingido pelo baterista. Caso você ache que esteja captando muito do impacto e pouco da tonalidade coloque o microfone um pouco mais atrás do ponto inicial.
Um dos perigos de usar-se muitos microfones é o risco de cancelamento de fase, o mais comum é entre os microfones da caixa da bateria, entre o do chimbal e o da caixa ou dos dois microfones de bumbo. Procure por cancelamentos ouvindo os canais junto e solando os microfones para então mudar a fase de um deles. O cancelamento pode ser percebido quando da junção destes dois sinais que torna o som extremamente fino, sem dúvida está havendo cancelamento. Repita o procedimento nos pares citados acima.
Estéreo
No ajuste das pistas de bateria para gravação é bom começar a pensar nelas no formato estéreo desde o início. Coloque o bumbo e caixa no centro da mix e coloque os outros microfones como você se estivesse no lugar do baterista, com os toms colocados na esquerda, centro e direita e o chimbal levemente a direita.
Manter as pistas limpas e sem processamento significa mais possibilidades de mixagem, uma das coisas mais frustrantes é trabalhar com pistas de bateria que já foram comprimidas, equalizadas ou de outra forma alteradas.
Mesmo que você ache que chegou ao som ideal não fará mal nenhum gravar pistas sem efeito. Dito isto, alguns engenheiros apreciam adicionar um pouco de compressão a suas baterias, mais do que redução de ganho, a compressão certa pode modificar a tonalidade das peças da bateria de uma forma que equalizadores não podem.
Embora cada compressor tenha seu som próprio alguns são especialmente interessantes para bateria como os clássico da UAD1176LN Classic Limiting Amplifier e LA-2A Classic Leveling Amplifier, ambos usados por muitos engenheiros de som. Comece usando um ratio de 3:1 ou 5:1, com ataque rápido (5-12 milissegundos). Novamente a intenção é evitar um som muito comprimido então a redução de ganho será mínima. Experimente os ajustes de threshold e release para ajuste preciso do ponto certo para o bumbo aparecer kicando na mix.
Para gravar bateria evite usar EQ para ter toda a tonalidade a disposição na fase de mixagem. Novamente trata-se de guardar todas as opções para a mix, mas o equalizador também pode ser usado cirurgicamente, é o caso do Cambridge EQ que pode tirar a ressonância de um tom por exemplo.
Dicas e truques
Aqui vão algumas dicas para microfonação de algumas peças, não são regras mas podem ajudar bastante.
Comece com o bumbo
Para tornar mais fácil o processo coloque um cobertor pesado dentro do bumbo, isto amortecerá o impacto do bumbo nas caixas e toms e reduzirá a possibilidade de chacoalhos e efeitos de ressonância.
Você quer um som mais redondo ou com mais ataque? Um microfone posicionando dentro do bumbo, a uns 5 a 10 centímetros do pedal enfatizará o ataque, e movendo-se o mic para trás ou até mesmo para fora dao bumbo trará um som mais cheio com menos ataque.
Gravar o bumbo com dois microfones em pistas separadas pode trazer bons resultados, tipicamente usando um microfone condensador como Shure SM91 o o Sennheiser e912 para pegar o ataque do pedal, e um microfone de diafragma largo como um AKG D12 ou D112, EV RE80 ou Shure Beta 52 no bocal aberto na pele.
Outra dica é usar outro cobertor para criar um tenda ao redor do bumbo, caso colocado mais um bumbo a frente do primeiro o túnel de som pode ficar ainda mais poderoso.
Caixa
A posição do microfone de caixa é ainda mais critica. Puxar o microfone alguns centímetros para trás pode mudar significativamente o som geralmente proporcionado mais ataque e menos ambiência.
Usando um sistema de 2 microfones para caixa um deles é posicionado na parte inferior controlando o som da esteira junto a caixa, o microfone deve ser direcionado a esteira, ajuste com EQ se necessário apenas.
O microfone o SM57 é o microfone mais popular para caixas mas existem outras escolhas como o Sennheiser MD421 e o AKG 414. O SM57 em cima e o Sennheiser MD441 podem ser uma boa opção.
Toms
Um dos problemas mais comuns nos toms é a ressonância. Toms geralmente tem um decay mais longo do que a caixa e isto pode tornar-se um problema. Às vezes fita adesiva pode deixar o tom um pouco mais seco resolvendo este problema.
Boas escolhas de microfone para toms incluem o Sennheiser MD421 e o Neumann U87. Suportes de microfone podem ser outro problema. Pequenos microfones com clip como o Shure SM98 ou AKG C-519 podem tornar fácil a tarefa de colocar microfones em espaços apertados e são uma boa solução para um som poderoso de tom, mesmo sendo mais frágeis que os microfones dinâmicos são pequenos suficientemente para não haver problemas.
Sobre sua cabeça
Os microfones Overhead também possuem seus segredos. Eles proporcionam ambiência para todo o kit, então é importante deixa-los altos o suficiente para a captação da ambiência dos pratos.
Devem ser posicionados 45 graus em direção ao centro do sistema, com variações sonoras se apontados para os pratos ou para o centro destes, para captação mais direta de uma condução nos pratos, aponte para o centro dos pratos, caso apontados para as extremidades dos pratos o som será mais áspero.
A maioria usa para overheads microfones condensadores de diafragma pequeno como AKG 451 ou 452, Shure SM81, Sennheiser e914 e AT 4021. Microfones estéreo como Shure VP88 funcionam bem também.
Os microfones podem ser posicionados também por baixo dos pratos com microfones pequenos de alças articuladas. É bom para separação mas perde-se a ambiência dos overheads.
Chimbais geralmente caracterizam o baterista e possuem sua própria pista, posicione o microfone entre a caixa e o chimbal apontando o microfone para o ponto onde a baqueta bate no chimbal, tenha apenas cuidado para que o microfone não capte o som do chimbal abrindo e fechando.
Ambiência
Se você tiver um espaço maior os microfones de ambiência podem ser posicionados um pouco mais longe da bateria para um som mais natural da sala. Mesmo num ambiente menor colocar os microfones mais altos nos cantos ou até mesmo em outro quarto pode adicionar a naturalidade sonora a ser alcançada. Coloque um par estéreo 45 graus a esquerda e direita e um terceiro microfone para captar o som refletido.
Compressão pesada com algo como o Fairchild 670 Compressor funciona perfeitamente em microfones de ambiente. Pode-se usar um gate e deixar que estes microfones respondam apenas quando um certo nível de volume for atingido. Um segredo aqui é usar um gate para que permaneçam fechados para o bumbo, mas abertos para a caixa, resultando num som de bumbo forte e de caixa aberta e presente.
Fonte: http://www.uaudio.com/blog/miking-and-recording-drums/
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