5 Coisas que você precisa saber sobre masterização

Um pouco de história

O processo de masterização mudou bastante no final dos anos 50, quando a produção em música em massa começou a surgir. Naquela época as gravadoras eram donas dos estúdios e os selos empregavam engenheiros de som.

Engenheiros de som começam suas carreiras como aprendizes, e o primeiro passo era aprender com o engenheiro de masterização. Isto com objetivo de aprimorar as habilidades na audição de produções.

O engenheiro de masterização era responsável em transferir os tapes finais vindos do engenheiro de mixagem e garantir que as transferências para o master fossem as mais fiéis.  O objetivo era a finalização, e, ouvindo centenas dessas mixagens, o aprendiz começava a entender o processo. Após este período ele ia trabalhar com os engenheiros de mixagem e gravação.

Como a relação entre estúdios e gravadoras dispersou-se com os anos, os engenheiros tornaram-se profissionais independentes e começaram a trabalhar em estúdios diferentes. Os engenheiros então trabalharam em um ambiente novo usando as ferramentas que tinham a disposição, como equalizadores, processadores dinâmicos e niveladores.

Esta situação repete-se hoje onde o engenheiro de masterização faz a checagem da parte técnica e artística do projeto.

Preparando a mix para a masterização

1) Esteja pronto

Quando da masterização é necessário levar as mixes finais que você deseja que façam parte do trabalho, sem esquecer de adicionar informações como títulos das músicas, sequência das canções e dados como o código ISRC e CD text.

Também é importante ter a documentação de qualquer problema relativo a parte técnica das canções que deva ser resolvido, como níveis de sinal, erros, edições erradas, etc.. Isto economiza tempo e dinheiro na fase de masterização.

Além do mencionado você deve já de antemão saber quem prensará ou distribuirá o material e os requisitos do master a ser enviado, além de informações de tempo das músicas. Caso o material venha de tapes é importante trazer todas a informações técnicas do equipamento, isto garante que o material tocará com nível e bias certos.

2) Forneça mixagens alternativas

Uma forma interessante de apresentar o trabalho para masterização é trazer mix alternativas: uma com o vocal à frente, outra junto a mix, solo mais a frente, solo junto a mix, etc. Lembre-se que é importante manter estas mixagens organizadas e documentadas como tal.

Com o aparecimento das estações de trabalho de áudio digital, surgiu a questão de ser preferível ou não ter várias opções de mix para masterização. Alguns engenheiros acreditam que mais versões dão mais possibilidades no processo de masterização. Entretanto existem sim alguns problemas relativos a isto.

Incluir outras mixagens pode confundir um pouco o trabalho entre mixagem e masterização, pois o engenheiro pode perder um pouco o foco já que terá de balancear melhor as mixagens. Outra preocupação é que talvez o trabalho todo fique um pouco diferente, já que as mixagens não tem um padrão e o engenheiro as trabalha individualmente, por isto talvez alguma linha de produção se perca, resultando em diferenças entre as músicas.

3) Não comprima demais a mix final

Arquivos digitais devem ser enviados na mesma resolução da gravação e incluir algum headroom (diferença entre o valor nominal do sinal e o máximo valor sem distorção) que permita o engenheiro trabalhar em cima. Picos em torno de -3 dBfs e média de potência em torno (rms) -10 até -14 dBfs.

A compressão final na mixagem da música deve ser mínima, porque isto é algo que o engenheiro de masterização não pode mexer depois caso a mix já venha excessivamente comprimida.

Outro problema relacionado são os fades finais (abaixando a música no final), é interessante mandar as músicas sem fades finais, pois se já estiverem com fades será impossível mexer e às vezes durante a formatação da sequência de músicas pode acontecer de um fade out mais longo ser desejável.

Uma nota sobre volume e pressão sonora:

Existe muita discussão sobre problemas com volume e pressão sonora. Existem prós e contras em ter-se altos níveis de áudio, mas existe chance de haver muita pressão e volume e estar soando relativamente baixo. Um erro comum sobre arquivos com alta pressão e volume é que soarão assim também no Rádio mas isso não é verdade. Pois toda a compressão usada no Rádio e na TV pode espremer os sinais, tornando arquivos com alto volume e pressão sonora soando  pequenos na difusão.

Da mesma forma acontece com os arquivos MP3 tendo-se a ideia de que quanto mais alto forem melhor soarão. A proposta da compressão MP3 é comprimir o arquivo, o que pode ser feito eliminado alguns dados a partir de um ponto determinado, quando a música está excessivamente comprimida pode acontecer de dados importantes que podem ser ouvidos serem perdidos.

4) Equipamento é importante, a sala também

A parte mais importante do equipamento de masterização do engenheiro de masterização além de seus ouvidos é a sala. O retorno sonoro dado pela sala afeta as decisões tomadas pelo engenheiro.

Um bom ambiente de monitoração revela todos os aspectos bons e maus da mix. Isto é necessário para que sejam feitas a s mudanças de forma precisa, um dos objetivos da masterização é garantir que a mix soe bem numa grande variedade de sistemas.

5) Não masterize seu trabalho

Se você está muito próximo da criação do material de áudio por vezes pode ser difícil ter o distanciamento necessário para fazer as alterações de equalização e da parte dinâmica do material.

Não que você não tenha esta capacidade, apenas por ser difícil desligar-se emocionalmente do material criado. Imparcialidade é tudo e é recomendável que os trabalhos de mixagem e masterização sejam feitos por pessoas distintas.

Melhor ainda é contatar o estúdio de masterização previamente e durante o processo, antes, para saber os requisitos do estúdio, e durante para já saber quais são os eventuais problemas de mixagem que podem ser resolvidos antes da masterização.

Conclusão

Masterizar é o passo criativo final para levar suas mixes a um novo nível. Com equipamento apropriado, monitoração num ambiente correto e o mais importante, com a imparcialidade do engenheiro de masterização, sua música atingirá o nível sonoro das principais bandas e estúdios do mundo.

Michael Romanowski é engenheiro de masterização num estúdio em San Francisco. Anos de experiência trabalhando com vários artistas como Norton Buffalo, Joe Craven, The Radiators, Too $hort e Paul Jackson entre outros.

Fontes: http://www.uaudio.com/blog/5-audio-mastering-tips/

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